segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Interpretação Sociológica


Sociólogos como Max Weber e Ernest Gellner analisaram a teoria e as consequências práticas desta doutrina e chegaram à conclusão de que os resultados são paradoxais. Em parte explicam o precoce desenvolvimento do capitalismo nos países onde o Calvinismo foi popular (Holanda, Escócia e EUA, sobretudo).
O Calvinista acredita que Deus escolheu um grupo de pessoas e que as restantes vão para o Inferno. Consequentemente, a pergunta que qualquer Calvinista se faz é: "Estarei eu entre os escolhidos ?".
Como é que um Calvinista sabe se está entre os escolhidos ou não ? Teoricamente, não é ele que o determina. A decisão está tomada. Foi tomada por Deus. Como é que eu sei se fui escolhido ou não ?
Sendo um bom cristão, trabalhando muito, seguindo sempre os melhores princípios éticos, o Calvinista prova a si mesmo que é uma boa pessoa, pelo seu sucesso como cristão. Não é a sua acção mas sim a acção de Deus, mostrando-lhe que ele está no bom caminho.
Sendo assim, para o Calvinista, a riqueza poderá ser um sinal de que está entre os escolhidos de Deus. Se um Calvinista tem muito dinheiro, é um sinal de que Deus o terá escolhido. Os Holandeses, os Escoceses e os Americanos ganharam a fama de serem sovinas, pouco generosos, interessados apenas no dinheiro. Estas características são na vida moderna quase um dado adquirido em qualquer cultura, mas nos tempos da Reforma Protestante, o Calvinismo terá instituído uma nova e revolucionária forma de relação com a riqueza. Ver Ernest Gellner para mais detalhes.

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